terça-feira, 12 de fevereiro de 2008
Henri Cartier-Bresson diz:
'' De todos os meios de expressão, a fotografia é o único que fixa para sempre o instante preciso e transitório. Nós, fotógrafos, lidamos com coisas que estão continuamente desaparecendo e, uma vez desaparecidas, não há mecanismo no mundo capaz de fazê-las voltar. Não podemos revelar ou copiar a memória.''
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008
Martine Joly cita Ernst Gombrich
''Mas, como também sublinha o teórico da arte Ernst Gombrich, a imagem pode ser um instrumento de conhecimento, porque serve para ver o próprio mundo e interpretá-lo. Para ele, uma imagem não é uma reprodução da realidade, ''mas o resultado de um longo processo, durante o qual foram utilizados alternadamente representações esquemáticas e correções''. Quem já fabricou qualquer imagem sabe disso, mesmo com relação a tirar a fotografia mais comum. Fazer uma imagem é primeiro olhar, escolher, aprender. Não se trata ''da reprodução de uma experiência visual, mas da reconstrução de uma estrutura modelo'', que tomará a forma de representação mais bem adaptada aos objetivos que estabelecemos para nós.''
(Trecho do livro INTRODUÇÃO À ANÁLISE DA IMAGEM- Martine Joly,
pág.60)
(Trecho do livro INTRODUÇÃO À ANÁLISE DA IMAGEM- Martine Joly,

domingo, 3 de fevereiro de 2008
Nosso Tempo
Este é tempo de partido,
tempo de homens partidos.
Em vão percorremos volumes,
viajamos e nos colorimos.
A hora pressentida esmigalha-se em pó ne rua.
Os homens pedem carne. Fogo. Sapatos.
As leis não bastam. O slírios não nascem
da lei. Meu nome é tumulto, e escreve-se
na pedra.
Visito os fatos, não te encontro.
Onde te ocultas, precária síntese,
penhor de meu sono, luz
dormindo acesa na varanda? Miúdas certezas de empréstimo, nenhum beijo
sobe ao ombro para contar-me
a cidade dos homens completos.
Calo-me, espero, decifro.
As coisas talvez melhorem.
São tão fortes as coisas!
Mas eu não sou as coisas e me revolto.
Tenho palavras em mim buscando canal,
são roucas e duras,
irritadas, enérgicas,
comprimidas há tanto tempo,
perderam o sentido, apenas querem explodir.
Carlos Drummond de Andrade
tempo de homens partidos.
Em vão percorremos volumes,
viajamos e nos colorimos.
A hora pressentida esmigalha-se em pó ne rua.
Os homens pedem carne. Fogo. Sapatos.
As leis não bastam. O slírios não nascem
da lei. Meu nome é tumulto, e escreve-se
na pedra.
Visito os fatos, não te encontro.
Onde te ocultas, precária síntese,
penhor de meu sono, luz
dormindo acesa na varanda? Miúdas certezas de empréstimo, nenhum beijo
sobe ao ombro para contar-me
a cidade dos homens completos.
Calo-me, espero, decifro.
As coisas talvez melhorem.
São tão fortes as coisas!
Mas eu não sou as coisas e me revolto.
Tenho palavras em mim buscando canal,
são roucas e duras,
irritadas, enérgicas,
comprimidas há tanto tempo,
perderam o sentido, apenas querem explodir.
Carlos Drummond de Andrade
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